Investigadores do Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa descobriram, na Quinta da Boneca (Caldas da Rainha) uma espécie de planta considerada extinta em Portugal.
A Fissidens exilis (um musgo) é uma pequena planta da família das Fissidentaceae, que “vive em taludes geralmente calcários, húmidos e sombrios, não formando geralmente populações de elevada dimensão”, explica o investigador do Museu Nacional de História Natural, César Garcia, que a detectou na ribeira da Quinta da Boneca.
A Fissidens exilis consta da lista vermelha dos Briófitos da Península Ibérica, onde se encontram as espécies em maior risco de extinção neste território. De acordo com o especialista, “a população agora descoberta nas Caldas da Rainha é importante porque ocupa uma área considerável”.
Esta descoberta foi feita na Primavera de 2007, mas só em 2008 foi confirmada pelos especialistas. Surge no âmbito do projecto “Biomonitorização das linhas de água da zona Norte das ribeiras do Oeste”, promovido pela Associação Nostrum e Águas do Oeste, em parceria com a Universidade de Évora e Jardim Botânico. O objectivo era determinar o “grau de qualidade da água analisando o ecossistema, nomeadamente os animais e certas plantas”, explicou Maria Mercês Silva e Sousa, da direcção da Nostrum.Nas Caldas foram feitos estudos na linha de água da zona de Belver (onde nasce o rio Sujo), Quinta da Boneca e Ribeira de Porto Carro (Foz do Arelho). Os primeiros dados foram recolhidos há dois anos e agora está a ser finalizado um segundo estudo para ver como evoluiu entretanto a situação. Os relatório daí resultantes serão entregues à Câmara das Caldas.
César Garcia diz que, após a sua descoberta, “são agora necessárias medidas urgentes de gestão por parte das autoridades, com o objectivo de preservar este espaço tão distinto e tão ameaçado por estar nas proximidades de um grande aglomerado populacional”.
A responsável da Nostrum lembra a época do Natal e alerta para os cuidados a ter com a recolha dos musgos. “No seu meio há muitas espécies e algumas podem ser raras como esta”, conclui.
Trabalho elaborado pelo grupo "Observação da Natureza", composto por: Alexandra, nº 1, Ana, nº 3, Carina, nº 5, Diogo Santos, nº 10 e Francisco Duarte, nº 13.